Após três altas, emprego na construção civil desacelera em junho

Depois de registrar por três meses consecutivos um saldo líquido mensal médio de 45,5 mil contratações, o ritmo de crescimento do nível de emprego na construção civil brasileira desacelerou. Em junho, o setor contratou 30.067 trabalhadores com carteira assinada, o que representou um aumento de 1,12% em relação a maio, segundo pesquisa mensal feita pelo SindusCon-SP (Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo) com a FGV (Fundação Getulio Vargas).

Com o resultado de junho, no primeiro semestre do ano foram contratados 268,4 mil trabalhadores (+10,93%) e no acumulado de doze meses até junho, 386,7 mil (+16,54%). Com isso, o número de empregados formais na construção civil brasileira no fim do primeiro semestre atingiu 2,725 milhões, novo recorde da série histórica.

Segundo o presidente do SindusCon-SP, Sergio Watanabe, “a desaceleração do emprego está ligada a dois fatores: com a proximidade das eleições, diversas obras públicas estaduais foram concluídas e inauguradas nos últimos meses, sem o início de novas; e houve uma ligeira desaceleração no ritmo de crescimento da construção imobiliária, como reflexo dos meses em que os lançamentos diminuíram com a crise financeira internacional no fim de 2008 e início de 2009”.

A desaceleração no emprego foi mais sentida nos Estados de São Paulo, Minas Gerais e Paraná. No Estado de São Paulo, houve um saldo de apenas 465 contratações em junho (+0,06%). “A infraestrutura teve queda de 1,06%, como resultado do fim de obras como o Rodoanel e as estradas vicinais”, comenta Watanabe. Ainda assim, no primeiro semestre a construção civil contratou 52 mil trabalhadores no Estado (+7,62%), e em 12 meses, 81,4 mil (+12,46%). Ao final de junho, o setor empregava 735 mil empregados formais no Estado, também um recorde na série histórica.

“Algum dia essa desaceleração iria acontecer, porque o nível de crescimento do setor estava muito acelerado. Mas esta desaceleração não preocupa, continuamos crescendo e a expectativa para os próximos anos ainda é de alta na atividade da construção”, comenta Watanabe.

Na capital paulista, foram contratados 1,2 mil trabalhadores em junho, o que representou um aumento de 0,36% no mês, de 6,65% no ano e de 12,97% em 12 meses.

O fraco saldo final das contratações no Estado de São Paulo também resulta do desempenho do nível de emprego de várias regiões do interior paulista, que registraram saldos negativos em julho. O destaque em termos percentuais foi a região de São José dos Campos, que perdeu 881 empregos no mês (-1,21%). Das regiões que tiveram índices positivos, além da Capital, o destaque foi a de Presidente Prudente, que elevou em 1,94% o contingente de trabalhadores da construção civil (mais 169 empregados).

Brasil – Entre as regiões do Brasil, a que teve maior elevação em termos absolutos foi a Nordeste, com mais 9.176 trabalhadores (+1,69%), seguido pela Sudeste, que contratou 7.711 (+0,55%).

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